domingo, 12 de setembro de 2010

Revolta e impotência


Depois da forte náusea provocada pelas incidências do jogo de ontem, com o Guimarães, invade-me, agora, um profundo sentimento de revolta, ao que se junta uma desagradável e perturbadora sensação de impotência..

A revolta tem duas origens: a incompreensível e inadmissível falta de acerto, rendimento e atitude da nossa equipa, por um lado, e a nogenta e despudorada actuação desse energúmeno que dá pelo nome de Olegário (Olarápio) Benquerença, acolitado, a contento, pelos seus pares.
Acerca da parte pela qual só nós respondemos, já ontem aqui escrevi que me preocupa ver a equipa muito diferente, para pior, apática, descrente, sem chama nem garra, com pouca entrega ao jogo, muito desconcentrada, e muito pouco eficaz. Jorge Jesus também não me parece estar a responder à altura das necessidades e, pior do que isso, está a insistir em soluções que provaram, reincidentemente, que não resultam. Os dirigentes - e também a equipa técnica, claro... - preparam a pré-época, e as contratações e dispensas, em modos e em timings absolutamente despropositados, permitindo, assim, a emergência de factores potenciais de grande desestabilização no seio da equipa. Creio, sinceramente, que se estão a cometer demasiados erros, que não há uma estratégia concertada de gestão, e que, também por isso, há muita gente a falar demais, e muitas vezes, sem a necessária contenção e cuidado, indispensáveis para proteger o grupo e favorecer a sua prestação desportiva. Nesta altura, o que faz falta é falar muito pouco, trabalhar muito, ser-se abnegado, humilde e voluntarioso. No fundo, colocar o foco no colectivo e esquecer, total e liminarmente, o individual.
Aliás, particularmente neste momento, em que a generalidade da comunicação social espalha o seu mais nogento vómito sobre a nossa equipa, seja para a achincalhar ou para lhe tirar o mérito que tenha tido, seja para branquear a actuação dos árbitros, seja, ainda, para omitir deliberadamente incidências que objectivamente nos prejudicam e pretendem desanimar, a estratégia teria de passar, na minha opinião, por um quase black-out de notícias e por um fechar de portas assumido e inflexível a jornais, rádios e televisões, particularmente aos agentes que andam no meio a prostituir-se, a soldo de terceiros.
Relativamente aos apitadores, parece-me que pouco, ou mesmo nada, poderemos fazer. De facto, depois do que (não) resultou do "Apito Dourado", onde mesmo depois de se provar factualmente as acusações, os visados continuaram à solta, sem serem incomodados, e ainda beneficiaram de uma série de subterfúgios e de incontinências legais para nem sequer se sentarem no banco dos réus, os corruptos, os corruptores e os corrompidos, voltaram ainda com mais desfaçatez e sobranceria ao mundo da fruta (no feminino... e no masculino!) e do leite com chocolate, das casas de alterne, dos cheques gordos e das viagens de férias pagas, extensíveis à família. Temo que seja mesmo necessário algum "acidente", que deixe alguém com marcas para o futuro, ou mesmo com passagem só de ida para a sua última morada, para que os bandidos percebam que, afinal, podem até não ter tempo de gozar as benesses recolhidas a troco da sua nogenta actuação em favor de uns e em prejuízo premeditado de outros.
Relativamente a estes, tenho um sentimento de grande impotência, em especial porque agora perderam a vergonha, depois de terem já perdido, completamente, o medo.

Porém, não podemos ficar de braços caídos. Há que dar luta. Uma luta sem quartel e sem tréguas, tenaz e determinada.
Tenho ouvido falar de muitas e variadas sugestões. Pela parte que me toca, e sem prejuízo de vir a participar ou contribuir em acções colectivas, já comecei a ajudar para que se reduza a quota de mercado de todas as marcas e instituições que, de uma forma ou de outra, patrocinem, apoiem ou protejam os nossos adversários. Sejam elas de cariz comercial, institucional ou da área da comunicação social. Alguns exemplos:
a) MEO em vez de ZON;
b) SportTV cancelada;
c) Não comprar jornais desportivos, ou, comprando pontualmente, comprar apenas A Bola;
d) Cerveja é Sagres. Super Bock ou Carlsberg, nem oferecidas;
e) Não ver nenhum programa televisivo desportivo;
f) Não ouvir nenhum programa desportivo radiofónico, seja informativo, seja de debate;
g) TVI, SIC e suas "sucedâneas" completamente esquecidas; RTP1, só pontual, e esporadicamente;
h) Ignorar completamente a TSF;
i) Não voltar a colocar os pés em qualquer estádio de futebol, ou pavilhão desportivo, de qualquer outra equipa, mesmo que a entrada seja gratuita;
j) Informar formalmente as entidades e instituições que se passam a penalizar, aludindo às razões dessa "penalização" (já o fiz - e em alguns casos, reiterei a informação).
A proósito, também enviei para a sede nacional do Partido Socialista, no Rato, uma comunicação a informá-los de que não voltarei a dar o meu voto ao PS ou aos seus candidatos, como protesto pelo relacionamento, ou mesmo envolvimento e cobertura, do partido e de seus dirigentes com gente assumida e comprovadamente corrupta e manipuladora, desde o Giorgio di Bufa ao Laurentino Dias.
O teor da carta é o seguinte:
"Tenho votado muito frequentemente - e quase invariavelmente... - no Partido Socialista, na generalidade dos actos eleitorais.
Ao longo dos tempos, tenho sido alertado para o facto de o PS ter, desde há muito, mantido relações de alguma relevância e intensidade com alguns agentes do mundo do futebol, nomeadamente no norte do país, mais propriamente na zona do Porto e arredores.
Acontecimentos, mais ou menos recentes, voltaram a chamar a minha atenção para esse facto. Episódios como o arquivamento (ou o encobrimento e minoração) do chamado "Apito Dourado", o relacionamento de uns quantos dirigentes e estruturas do PS com pessoas ligadas a esse processo - claramente culpadas, mau grado o desfecho do processo... - bem como as movimentações "mafiosas" e manobristas do Secretário de Estado do Desporto, em inúmeras ocasiões, ou os recentes episódios em torno da FPF e do Seleccionador Nacional, e o estado verdadeiramente calamitoso e descredibilizado a que chegou o futebol em Portugal e as suas estruturas e agentes, também no âmbito da arbitragem e do jornalismo desportivo, levam-me a uma reflexão mais profunda e a uma tomada de posição, pessoal: a partir desta data, nem mais um voto meu será depositado a favor do PS.
Creio, sinceramente, estar a contribuir para um país mais limpo e verdadeiro.
Com os melhores cumprimentos,
Ernesto D. Pereira"


Ser benfiquista, do meu ponto de vista, implica ser fundamentalista. Nesta fase, isso é absolutamente indispensável. E se tiver de fazer alguns sacrifícios, pois assim será.
Benfica, sempre! E sempre primeiro...

1 comentário:

  1. Concordo plenamente!

    Já o faço em muitos dos pontos que referiu mas ainda tenho a Zon e Sportv. Vou mudar para a Meo e vou cancelar a Sportv. Vai-me custar porque é ultrajante ver o Benfica em cafés dos arredores do Porto. E nem sempre me é possível deslocar-me à Casa do Benfica mais próxima...

    Quanto à "Bola" e desde o cartoon sobre o Roberto decidi ser fundamentalista e nem mais um cêntimo lhes dou - nem quero saber se são os mais isentos ou os únicos independentes dos grandes grupos!

    Esta mensagem tem de chegar a todos os benfiquistas - temos de mostrar a nossa força...

    Vou referi-la nos comentários que faço noutro blogues!

    Um a braço

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