quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Bom... o resultado


Sim. Foi bom... o resultado.
E apenas isso...

O jogo do passado domingo, no Funchal, antevia-se difícil, em especial pelo que se tinha visto na semana anterior, para a Taça de Portugal.
Não tanto porque o Benfica não tivesse valor de sobra para vencer esta partida - como deveria ter acontecido na eliminatória para a Taça... - mas porque a equipa está a jogar muito (mas muito, mesmo!) aquém do que sabe, pode e devia jogar.
O jogo foi marcado por muitas falhas, especialmente na acção ofensiva, muitas perdas de bola, muita falta de imaginação e muito pouca velocidade.
O Marítimo - que, continuo a dizer, não me parece valer o que se quer fazer crer, como julgo que se provará nos próximos jogos... - entrou por cima no jogo e, embora o Benfica rapidamente passasse a comandar as operações, a verdade é que isso nunca significou que estivesse ao nível que era necessário. E as excepções acabaram por ser duas oportunidades de golo: primeiro, Aimar, isolado por um passe de calcanhar de Bruno César, tentou fintar Peçanha e ficou sem a bola; depois, um cruzamento de Maxi Pereira que deixou Cardozo sózinho, na pequena área, em frente à baliza, com este a falhar escandalosamente, atirando ao lado. O resto da 1ª parte foi mau demais para ser verdade.
A 2ª parte começou quase com a expulsão de Olberdan, por ver segundo cartão amarelo (justamente mostrado), mas as coisas não ficaram diferentes. Aliás, o Marítimo, com dez elementos, passou a defender ainda mais atrás, acentuando a incapacidade da nossa equipa para gizar jogadas de ataque realmente perigosas. Por outro lado, os madeirenses lançavam perigosas e rápidas jogadas de contra-ataque, deixando sempre em aberto a possibilidade de sermos apanhados em contra-pé.
O que é facto é que a nossa produção atacante era medíocre, lenta e pouco imaginativa. Melhorou, um pouco, aos 80 minutos(!), com a entrada de Nolito que, em meu entender, aconteceu muito tardiamente. Numa posição onde já tinham alternado Bruno César e Rodrigo, Nolito fez mais em 10 minutos do que se havia ali feito nos anteriores 80...
Apesar de alguma pressão atacante, a equipa não era rápida a jogar, afunilava invariavelmente o jogo pela zona central do terreno, não rematava à baliza e, na hora da verdade, fazia sempre a opção errada.
Estava iminente a perda de pontos, e começava a desesperar-se. Até que Cardozo, após uma jogada de insistência, com a bola a correr de um lado para o outro do ataque, em frente à baliza, após uma série de ressaltos, já na pequena área, desviou para o fundo da baliza.
Daí até ao final, o Marítimo ainda tentou subir no terreno para procurar o golo do empate, mas nunca o fez com grande perigo. E poderíamos ter sido nós a matar o jogo, nomeadamente por Nolito que, lançado em profundidade, tentou passar a bola por cima de Peçanha, mas este, no limite da sua área, ofereceu o corpo à bola impedindo-a de se dirigir para a baliza.
Enfim... foi uma vitória boa, num jogo mau da nossa equipa. Mais um, diga-se...



A equipa está intranquila, e não produz o que pode, sabe e deve.
Jorge Jesus, depois de duas épocas e meia e muitos milhões investidos, tem que ter a equipa a jogar muito mais do que o que se tem visto. Olhando apenas para os factos, o resultado é satisfatório. E seria bom se não tivesse acontecido a evitável eliminação da Taça de Portugal. Mas, atendendo à substância do nosso futebol, temos motivos de sobra para estar, no mínimo, muito apreensivos.
Por outro lado, há que repensar algumas situações, deixar de parte teimosias antigas e, na reabertura do mercado, colmatar os défices da equipa já bastamente identificados. Nomeadamente, nas alas laterais da nossa defesa e, mesmo, do meio campo.
Emerson pode ser voluntarioso, mas é terrivelmente limitado. Não só a atacar, mas também a defender. E na lateral direita, Maxi Pereira vai fazendo o que pode, mas cada vez vai podendo menos. E não há alternativa...

Além de Emerson (que, apesar de tudo, esteve um pouco melhor na 2ª parte), Witsel esteve apagadíssimo e Bruno César idem aspas. Rodrigo e Cardozo ficaram também aquém das expectativas, tal como Aimar que, apesar de tudo, ainda foi remando contra a maré.
Pela positiva, embora sem grande convicção, destaco Artur, Jardel e Garay, e, sobretudo, Javia Garcia. Nolito, no pouco tempo que esteve me campo, também merece nota positiva. Saviola e Rúben Amorim trouxeram alguma frescura ao meio campo e à frente de ataque, mas não tiveram produção à altura das necessidades.

Agora, já na próxima 6ª feira, recebemos o Rio Ave. Não aceito outra coisa que não seja uma vitória... e uma exibição à altura.
Para isso, há que ter uma postura mais voluntariosa, humildade, respeito pelo adversário, e jogar com a garra que se impõe...


PS - Não gosto nada de ver a equipa de amarelo e negro. Não sabe a Benfica...

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