terça-feira, 17 de abril de 2012

Devemos acreditar em Jesus?...


É o dilema deste final de época.
Independentemente do que vier a ser o resultado final do campeonato, a grande questão será, realmente, centrada na manutenção, ou na troca, do treinador.
Tenho sido bastante crítico em relação a Jorge Jesus, não só porque não compreendo muitas das suas opções (e, não sendo catedrático, vejo futebol - correcção, vejo o Benfica... - há muitos, muitos, anos), mas também porque reconheço que tem uma maneira de ser e de estar que pode ser desagradável e, até, contraproducente, tanto interna como externamente.
Jorge Jesus tem um feitio difícil, não me parece muito culto nem particularmente hábil para gerir algumas situações e, quanto a mim, foi-lhe dada muita rédea solta e nenhum acompanhamento (ou aconselhamento) próximo, em termos de intervenção pública e de gestão de imagem. Com prejuízo para si... e para o próprio clube.

Contudo, parece-me que Jorge Jesus é um treinador com grandes capacidades e muito potencial ainda por explorar, que, se for capaz - ou se o ajudarem a... - gerir de forma mais racional e pragmática, e menos emocional, o grupo de trabalho, e o próprio planeamento e trabalho desportivo, dará a volta a estes períodos baixos do nosso futebol e guiará a equipa para muitas conquistas.
Confesso que até a mim isto que escrevo me parece um pouco estranho, em especial porque tenho sido muito crítico - talvez por deformação profissional... - de Jorge Jesus, do seu trabalho e dos resultados obtidos.
Porém, o que é facto é que nunca nos últimos anos ganhamos tanto como com Jorge Jesus, e nunca realizámos tantas mais-valias, desportivas e financeiras, como temos realizado com ele.
E, embora não goste muito de falar nisso, a verdade é que se não tivéssemos sido tão prejudicados pela arbitragem como fomos, estaríamos muito bem embalados, a caminho do Marquês...
Sinceramente, olhando para todos os lados, não vejo alternativa que possa apresentar mais probabilidades de sucesso do que o previsível com Jorge Jesus.

Creio que precisaremos, sobretudo, de agir a três níveis:
1º - Arranjar jogadores para duas ou três posições mais fragilizadas e, simultaneamente, exigir dos jogadores uma maior constância e entrega ao jogo, pondo em primeiro lugar os interesses do grupo, embora se aceite que não esqueçam os seus; não os podem é pôr em primeiro lugar!
2º - Gerir os relacionamentos desportivos, no plano institucional e no financeiro, com o distanciamento que as circunstâncias desde há muito vêm aconselhando; ou seja, não servir de cobertor a quem, sistematicamente, nos prejudica e fragiliza (árbitragem, dirigentes desportivos associativos, comunicação social...)
3º - Dedicar especial atenção à questão das arbitragens e da justiça desportiva, definindo e pondo em prática as estratégias e iniciativas que se afigurem como as necessárias e adequadas para garantir que cessem roubos e ataques como os que têm sido comuns, mesmo que essas iniciativas passem pelo uso de armas mais... expeditas.

Para além disso, fica a faltar dizer:
Jesus, o Benfica conta contigo! Queremos-te entre nós!
No banco, ou na bancada, tanto faz!!!



(Não ligues muito a isto. É que ainda há gente que acredita em Artures Jorges ou Manuéis Josés, esses treinadores tão bons e que nos trouxeram tantos títulos...)

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