segunda-feira, 2 de abril de 2012

É pouco futebol para as nossas necessidades...



A vitória de ontem, sobre o Braga, voltou a deixar a descoberto as debilidades do nosso actual futebol...
Não foi um jogo bem jogado, embora tenha sido muito disputado.
O Benfica entrou bem no jogo, dominou de forma muito evidente durante a primeira meia hora de jogo, mas nunca conseguiu ser suficientemente consistente e competente para lograr alcançar o golo. O Braga praticamente não incomodou a nossa defesa, preocupando-se apenas em jogar com toda a gente atrás da linha da bola, para dificultar o nosso ataque. E, com o passar do tempo, o nosso futebol foi perdendo pressão. Apesar disso, o Braga nunca deu mostras de estar interessado em aventurar-se muito no ataque.
O intervalo chegou e o nulo castigava a nossa incompetência atacante, ao mesmo tempo que premiava a cobardia do adversário...
Na 2ª parte as coisas ficaram mais equilibradas, muito por culpa nossa, que nos apresentámos a jogar lentos, falhando passes e mastigando demais o jogo, e não mostrando qualquer acutilância ou eficácia nos lances de bola parada.  Por outro lado, voltámos a mostrar grandes dificuldades em evitar, e mais ainda em suster, os contra-golpes do adversário, que agora era mais venenoso.
À passagem dos 75 minutos, Bruno César leva uma cabeçada  dentro da área do Braga e o árbitro (acredito que contrariado...) assinala grande penalidade. Foi um lance indiscutível e a decisão não poderia ser outra.

De qualquer forma, ainda duvidei do que estava a ver. Até porque estava convencido que, para se marcar um penalty a favor do Benfica, o jogador que sofresse a falta teria que dar entrada nas urgências de um hospital certificado pela Liga e, simultaneamente, o Luís Feitas Lobo aceitar que a falta era mesmo para penalty...

Witsel converteu o castigo... deixando Quim a espumar de raiva.



O golo não me tranquilizou, até porque seria sempre necessário, pelo menos, marcar mais um golo para vencer o jogo, uma vez que já se sabe que o Benfica sofre sempre, pelo menos, um golo, na Luz, nos jogos para o campeonato. A excepção foi, mesmo, o Sporting. De resto, toda e qualquer triste equipa marcou na Luz...
E, de facto, não foi preciso esperar muito.
Aos 82 minutos, Elderson (o mesmo que tinha cabeceado Bruno César...) fez o empate, aproveitando uma defesa incompleta (na verdade, um brinde...) de Artur, na sequência de um livre apontado por Hugo Viana, próximo do vértice esquerdo da nossa grande área. Já agora, para que conste, a falta foi assinalada para castigar uma pretensa infracção de Capdevilla sobre Paulo César que, literalmente, se atirou para a piscina...
Uma equipa que sofre golos destes - os quais acontecem, normalmente, pouco depois de nos termos colocado em vantagem... - não tem, objectivamente, condições para ser campeã. Trapattoni disse um dia, a propósito do sistema de contenção que foi obrigado a implementar quando treinou o Benfica (a qualidade, e qualidade, dos recursos ofensivos não era muita, como bem sabemos...), que "um bom ataque ganha jogos, e uma boa defesa ganha campeonatos".
Pode não se gostar, mas é verdade...
E o Benfica defende mal. Desde há muito que é assim. O problema é que esse mal começa a generalizar-se e contagia os que chegam de novo. Por exemplo, Artur está a ficar particularmente contagiado. Basta atentar nos últimos jogos para se ter a prova de como tem vindo a ser cada vez mais permissivo.

Aproveito, também, para fazer notar que, curiosamente, as recentes vitórias sobre adversários mais durinhos (CRAC, para a Taça da Liga, e Braga, ontem...) tiveram na esquerda da defesa um senhor chamado Capdevilla. E que, na ficha de jogo dos anteriores desaires, ficou averbado o nome de Emerson...



A sorte acabou por nos sorrir, já em período de compensação, quando Bruno César iniciou e concluíu uma jogada em que Gaitán entrou na área do Braga, sobre a direita, e tocou atrasado para o Chuta-Chuta que, de pé esquerdo, descaído para a direita do nosso ataque, já dentro da área do Braga, atirou para o fundo das redes, provocando em Quim o segundo ataque de cólera da noite...
Sinceramente, tenho pena que o golo da vitória não tivesse sido um frango monumental daquela espécie de guarda-redes...
Não tenho nada, pessoalmente, contra Quim. Mas fico, sempre, enojado quando alguém cospe no prato do qual já comeu. Qualquer que seja a razão dos seus ressentimentos...

Como titulei no cimo deste post, o actual futebol do Benfica é pouco para as nossas necessidades. E as (mais que esfarrapadas!...) desculpas de que jogamos em mais de uma frente, não justificam o que quer que seja. O plantel é rico, e vasto, os atletas são profissionais, e têm todas as condições de treino e os necessários planos de recuperação física. Se não têm, deviam ter...
Tal como em outros campeonatos, têm de estar preparados e dar a indispensável resposta competitiva. E a sua disponibilidade, o seu nível de concentração e a sua entrega ao jogo não têm sido, na maior parte das vezes, a que se impõe. É preciso mais. Muito mais. Se não, não vamos lá...



No jogo de ontem, destaco Witsel e Bruno César, até por terem sido os marcadores dos golos. Javi Garcia e Gaitán também estiveram um pouco acima da média (que foi baixa...), tal como Luisão, Maxi Pereira e Capdevilla, embora estes mais pela garra do que pela qualidade exibida.
A frente de ataque esteve... miserável.
Artur parece-me estar a precisar de passar pelo banco.
Jorge Jesus tem que ser instruído para se conter mais, muito mais, mesmo, nas declarações que presta após os jogos. Fica-lhe mal o elogio na própria boca... Mais ainda quando têm sido inúmeros os erros que se lhe podem apontar, especialmente nestes últimos tempos...

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