quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Na linha do que é habitual...


O jogo de hoje, com a equipa campeã italiana, a Juventus, disputado em Genéve, foi na linha do que tem sido habitual...
Habitual nesta fase preparatória da época. E habitual, também, relativamente aos últimos tempos do nosso futebol.
Por isso me custa muito engolir esta ideia de que a equipa está a crescer.
Não está nada! Está estagnada, isso sim, sem apresentar melhorias significativas, em nenhum dos sectores.

Realmente, a equipa defende miseravelmente, seja contra o Gil Vicente, seja contra a equipa dos amigos do Figo, contra o PSV ou a Juventus. Tanto faz!!!
E, no ataque, não se vê nenhum acréscimo de qualidade ou eficácia, por mais extremos, avançados ou médios que se comprem!!!
Depois do jogo desta tarde, fiquei ainda mais preocupado com o futuro imediato do nosso futebol...

A Juventus apresentou-se na sua máxima força, ou quase - ao contrário do que teimavam em dizer uns quantos antis, preocupados com o que o Benfica pudesse fazer de bom... - apresentando de início cinco titulares da selecção italiana, de entre os quais o enorme Andrea Pilro, para mim o melhor playmaker do último Europeu.
Do nosso lado, surpreendeu-me a titularidade de Gaitán e Enzo Pérez, nas alas, bem como o facto do ataque ser entregue a Michel.
A primeira parte foi monótona, muito por culpa do espartilho táctico dos italianos, mas também pela falta de criatividade e velocidade do nosso jogo ofensivo. A Juventus pouco incomodou o nosso sector defensivo, embora apresentasse um meio-campo de cinco elementos, muito consistente e esclarecido.
Sem fazermos um bom jogo - longe disso... - ainda conseguimos criar uma ou outra situação e, como tem sido hábito, malbaratámos os lances de bola parada de que dispusémos - fossem livres ou cantos...- sem que deles tivéssemos tirado qualquer vantagem. Pelo contrário: esses lances eram facilmente transformados em jogadas de contra-ataque adversário, deixando-nos em posição de apuro.
De assinalar a lesão de Gaitán, logo aos cinco minutos de jogo, que obrigou à entrada de Bruno César para o seu lugar. A propósito, parece-me que Gaitán vai ter uma época miserável, um pouco à semelhança da anterior. É um jogador mandrião, desmotivado, que se esconde muito durante o jogo e aparece apenas a espaços, e a quem as coisas saem muito inconstantes, seja em termos de quantidade, seja de qualidade. Por isso, em minha opinião, nesta altura está a mais na equipa. Só espero que J. Jesus tenha o discernimento suficiente de lhe dar os minutos de banco que se impõem...

A segunda parte foi um pouco melhor, de um lado e de outro. O jogo recomeçou, praticamente, com um penalty a favor da Juventus. O nosso meio campo perdeu uma (mais uma, de muitas!!!...) bolas na saída para o ataque, e o miolo italiano meteu-a na frente de ataque, no ponta-de-lança. Artur saíu e falhou o pontapé na bola e Maxi Pereira não resistiu a dar um ligeiro toque nas costas do avançado italiano (que também estava a ser estorvado por um dos nossos centrais...) e este deixou-se cair. Penalty, por sinal muito mal marcado, e Artur a conseguir, sem grande esforço, defender, redimindo-se, de certa forma, do erro cometido.
Depois deste lance, e agora com Cardozo, Mora e Nolito em campo (entraram para os lugares de Michel, ao intervalo, e Carlos Martins e Nolito, aos 56 minutos), o Benfica passou a ser mais acutilante e, aos poucos, foi encostando a Juventus às cordas.
Mora podia ter marcado, naquela que foi a melhor oportunidade de todo o encontro, depois de uma boa jogada - individual, na sua parte final... - sobre o flanco esquerdo do nosso ataque, que culminou com um remate efectuado já sobre a linha de pequena área adversária.
Quase aos setenta minutos, entrou Ola John para o lugar de Bruno César e, dez minutos depois, foi a vez de entrar Luisinho para o lugar de Melgarejo. Se Cardozo e Mora estiveram relativamente bem, Nolito e Luisinho estiveram apenas medianos - este, até, acabou por comprometer no lance que deu o empate à Juventus, no último minuto do prolongamento, embora tivesse estado bem no cruzamento que deu o golo, de cabeça, a Cardozo... - e Ola John esteve bastante abaixo do aceitável. É verdade que é novo, precisa de se adaptar ao nosso futebol e às suas exigências, mas começo a achar que, por oito milhões de euros, tem que se render muito mais do que aquilo que se tem visto. Durante o jogo de hoje, dei por mim a pensar se ali não haverá muito de Djaló e, mesmo, de Balboa...

O nosso golo surgiu num cabeceamento irrepreensível de Cardozo, de cima para baixo, como mandam as regras, que apareceu ao segundo poste a corresponder a um cruzamento de Luisinho, na esquerda do nosso atque. Aos 88 minutos, o resultado tinha, necessariamente, de estar feito!!!...
Contudo, aos 92 minutos, ou seja, no último minutos do tempo de compensação dado pelo árbitro, eis que o ala direito da Juventus cruza para a nossa área, depois de passar com alguma facilidade e sem ser perturbado pelo Luisinho, e, ao segundo poste, sozinho, com Maxi Pereira a ficar-se nas covas, apareceu a encostar o pé um atacante italiano (Krasic).
Não é possível ser-se campeão, ou ganhar o que quer que seja, com este tipo de postura e de desatenção...

Mais do que triste, estou mesmo é muito preocupado.
E a época ainda não começou...

Sem comentários:

Enviar um comentário