quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Vitória fácil... que não me descansa


Foi uma vitória fácil, robusta (5-0) e convincente, em Setúbal... mas que não me deixa descansado, quanto ao futuro.
Não porque tenhamos jogado desde o minuto 8 com mais um elemento (expulsão de Amoreirinha, por entrada violenta sobre Melgarejo, numa situação em que Jorge Sousa, inexplicavalmente, resolveu cumprir com o que manda a lei...), nem porque não tenhamos produzido o suficiente para justificar esse resultado, mas porque não vejo a equipa a ser tão consistente e esclarecida quanto se necessita...
 
Entrámos a jogar com o seguinte onze: Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Melgarejo; Javi Garcia, Witsel, Salvio e Enzo Pérez; Rodrigo e Cardozo.
No banco ficaram Paulo Lopes, Miguel Vitor, Carlos Martins, Aimar, Nolito, Bruno César e Saviola. Ola John fora convocado, mas ficou fora do banco. Gaitán nem foi convocado.
... Ou seja, J. Jesus insistiu nos dois avançados, num 4X4X2 que não tem dado resultados positivos, deixando a equipa fragilizada no miolo e, ao mesmo tempo, sem um 10 que paute devidamente o jogo. Claro que é ele o treinador, mas eu sou adepto e, acima de tudo, sou capaz de perceber quando as coisas não correm bem.
No domingo, mesmo depois de termos ficado em superioridade numérica e de, aos 13 minutos, termos inaugurado o marcador, viu-se um Setúbal (a jogar com dez!...) em superioridade no miolo do terreno e, por via disso, a ganhar alguns lances e a acercar-se com frequência - embora sem grande perigo... - da nossa baliza. É verdade que o melhor que conseguiu foi um remate de meia-distância que deu um pouco mais de trabalho a Artur e uma série de pontapés-de-canto sem resultados significativos (felizmente...), mas fica a inconsistência do nosso miolo defensivo, entregues a Javi Garcia e Witsel que, em inferioridade numérica naquela zona do terreno, não só tinham dificuldade em se opôr às acometidas do adversário, como não tinham espaço para construir e/ou lançar jogadas ofensivas.
É certo que Enzo Pérez, na esquerda, e Salvio, na direita, iam fletindo para o interior e libertando espaço para as subidas de Maxi Pereira e Melgarejo, mas a verdade é que o seu posicionamento não ajudava a que as jogadas pelas alas fluíssem facilmente, antes congestionando os espaços laterias. E claro que, se apanhados em contra-pé, os nossos laterais não tinham como recuperar e se opôr aos adversários, que apanhavam todo o corredor livre para progedirem. Sinceramente, não consigo entender a insistência num sistema que já provou que comporta demasiados riscos e não proporciona vantagens significativas. Mas isto sou eu, que até nem sou mestre da táctica...
 
 
A história do jogo, em especial depois do 2-0, foi quase a história dos golos que se foram acumulando, ficando outros mais por marcar...
Depois do 1-0, aos 13 minutos - que teve a especial participação de Melgarejo que, desmarcado na esquerda por Enzo Pérez, entrou pela esquerda e já dentro da grande área do Setúbal cruzou, com conta, peso e medida para o coração da área, onde apareceu Rodrigo a enpurrar para o fundo das redes sadinas... - o Benfica passou por um período de alguma permissividade defensiva, embora fosse insistindo no ataque.
Foi nesse período que se começou a evidenciar Salvio...
Aos 22 minutos fez uma jogada de belo recorte, que culminou com um forte remate, a proporcionar ao guardião setubalense uma apertada defesa para canto.
À passagem dos 30 minutos, Rodrigo entrou pela direita do nosso ataque e cruzou para a cabeça de Cardozo, que rematou à queima, para uma defesa de recurso do guarda-redes do Setúbal. A bola foi rechaçada sobre a direita do nosso ataque, onde apareceu Salvio a fazer a recarga, levando a bola para o fundo da baliza, apesar da oposição de um defesa do Vitória de Setúbal.
E no último minutos da primeira parte, Salvio (outra vez...) foi lançado pela direita, cruzou para o interior da grande área, onde apareceu Enzo Pérez a fazer o 3-0...
 A segunda parte iniciou-se em toada calma, com o adversário a dar mostras de não ter argumentos para inverter a situação. Apesar do domínio do Benfica, o jogo estava adormecido e pouco interessante.
Só aos 53 minutos surgiu um lance de mais entusiasmo, com um bom remate de Cardozo, e uma excelente defesa do guardião sadino para canto. Na sequência deste, e numa insistência de cruzamentos para a área do Setúbal, apareceu Rodrigo a rematar para o fundo das redes, embora parecesse estar em fora-de-jogo. Que Jorge Sousa desde logo se adiantou a assinalar, claro!...
Aos 56 minutos, saíram Javi Garcia e Cardozo, e entraram Carlos Martins e Nolito. Não percebi bem o que pretendia J. Jesus. Porém, o que é facto é que ficámos apenas com um homem na frente (Rodrigo) e povoámos mais o miolo do terreno, vendo-se, de imediato, os frutos dessa situação.
Logo de imediato, Melgarejo desce pela esquerda, cruza atrasado para o miolo da área do Setúbal, onde aparece Rodrigo a encostar e a meter a bola na baliza dos sadinos. Melgarejo, porém, terá deixado a bola ultrapassar a linha final e, por isso, não foi validado o golo...
Aos 65 minutos, saíu Enzo Pérez e entrou para o seu lugar Pablo Aimar.
E, na primeira vez que tocou na bola, Aimar, de cabeça, sobre a meia-lua da grande área do Setúbal, fez um passe atrasado para Nolito que, de primeira, rematou, enchendo o pé, fazendo a bola anichar-se no fundo da baliza do Vitória. Era o 4-0, que já se adivinhava há algum tempo.
 
 
Aos 68 minutos, foi mal assinalado um fora-de-jogo ao Rodrigo, que se desmarcava pela esquerda e cruzou para Witsel, estando este sozinho frente ao guarda-redes adversário, em boa posição para fazer o golo.
Aos 74 minutos Salvio desmarca-se e fica sozinho frente ao guarda-redes, que sai a fazer a mancha e evita o golo. Na recarga, Rodrigo, de cabeça, leva a bola a passar ligeiramente sobre o travessão da baliza sadina.
Aos 78 minutos, Carlos Martins desfere um soberbo remate de meia-distância, levando a bola a passar ligeiramente sobre a barra. Aliás, parece que o guarda-redes ainda desvia o esférico, mas não foi assinalado o respectivo pontapé-de-canto...
Aos 80 minutos, espectacular jogada de ataque, com a intervenção de Carlos Martins, Nolito e Aimar, com este a isolar Rodrigo, com um passe de primeira, e este, à saida do gaurdião adversário, a fazer-lhe um chapéu perfeito e a aumentar a vantagem para 5-0.
Dois minutos mais tarde, numa das poucas idas do Setúbal à nossa área, na sequência de um cruzamento da esquerda do ataque sadino, Luisão tenta o corte, com o pé direito, e a bola sai na direcção da nossa baliza. Artur, atento e com bons reflexos, salva o golo...
Aos 84 minutos, numa jogada envolvente sobre a esquerda do nosso ataque, aparece Melgarejo a cruzar para a cabeça de Salvio, que tenta colocar a bola ao poste mais distante. O guarda-redes do Setúbal estica-se todo, toca na bola e desvia-a ligeiramente, indo esta caprichosamente embater no poste e ficar à disposição de um defesa, que alivia de qualquer maneira, cedendo um canto.
Os últimos momentos de jogo decorreram com algum ritmo, com o Benfica a asfixiar o adversário, que já não conseguia sair das imediações da sua grande área. Surgiram, então, inúmeras jogadas que poderiam ter resultado em golo, mas este teimou em não voltar a aparecer...
 
Na retina fica a melhoria, significativa, registada após a mudança táctica operada a meio da segunda parte...
Só eu é que vi isso?
Ou J. Jesus também se apercebeu?...
 
 

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