quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Meio-jogo... e muitas preocupações!


Benfica, 3 - Nacional, 0
(3ª jornada da Liga 2012/2013)


Meio-jogo... e muitas preocupações!
Foi, mesmo, um meio-jogo, o que aconteceu no passado domingo, no Estádio da Luz...
Meio-jogo, porque o Benfica só existiu na 2ª parte...
Muitas preocupações, porque se repetiram insuficiências e fragilidades desde há muito identificadas...
 
No primeiro jogo sem poder contar com Carlos Martins, apareceu Witsel a fazer o lugar de trinco (?!?!) e Carlos Martins na posição que era de Witsel.
A equipa inicial foi, então, a seguinte: Artur; Maxi, Luisão, Garay e Melgarejo; Witsel, Silvio, Carlos Martins e Enzo Pérez; Cardozo e Rodrigo.
No banco ficaram Paulo Lopes, Miguel Vitor, Matic, Bruno César, Aimar, Nolito e Ola John.
Não deixou de causar surpresa que Witsel fosse deslocado para a frente da defesa, deixando o seu lugar a Carlos Martins, em detrimento da natural entrada de Matic para o lugar que era de Javi Garcia.
De qualquer forma, já estamos habituados a nunca acertar nas opções de Jorge Jesus...
 
E a continuada invenção de J. Jesus, bem como a persistência num esquema táctico que não tem dado resultado - em termos exibicionais, que não em resultados... por enquanto!!!... - voltou a reflectir-se na equipa.
Consequentemente, a primeira parte foi quase miserável, com a equipa a entrar muito mal no jogo, intranquila, a deixar o adversário jogar e a estar sempre muita passiva e lenta, tanto a atacar como a defender. A única excepção foi um remate de Salvio ao poste, perto da passagem do primeiro quarto de hora, na sequência da única jogada de ataque digna desse nome. De resto, houve muito de... nada. Mesmo nada!
 
 
O Nacional foi explorando as laterais da nossa zona defensiva, sempre muito despovoadas, pelo facto dos nossos laterais estarem posicionados muito à frente e envolvidos em iniciativas de ataque... que nunca resultaram! A consequência foi que fomos sendo, invariavelmente, apanhados em contra-pé e nos expusémos a inúmeras situações em que o prejuízo poderia ter sido maior. Contei uma boa meia dúzia de situações em que o adversário nos obrigou a trabalho redobrado, colocando em apuros a defesa e o guarda redes Artur, todas elas resultantes de perdas de bola na zona de transição e de construção ofensiva, e aproveitando o deficiente posicionamento, e o défice de unidades, do nosso sector mais recuado. Artur, Garay e Melgarejo tiveram, neste período da partida, importantes e oportunas intervenções, a negar literalmente o golo ao adversário.
Assusta-me o facto de J. Jesus não agir, quando toda a gente vê que a equipa está desequilibrada, defende com dificuldade e com poucas unidades, obriga os laterais a correrias constantes ao longo das suas alas - sem que daí resultem benefícios evidentes!... - e apresenta quase sempre desvantagem numérica e posicional na zona central do terreno. Será preciso um desastre para que J. Jesus corrija isso?!?!...
Até ao intervalo, com o Nacional a jogar à sua vontade, em contra-ataque, e a defender sempre com todas as unidades atrás da linha da bola, o melhor que o Benfica conseguiu foi um remate de Salvio, que saíu sobre a barra, e um cruzamento para a pequena área, ao qual o mesmo Salvio não conseguiu chegar por muito pouco, quando tinha pela frente apenas o guarda-redes madeirense.
À beira do intervalo, Carlos Martins saíu lesionado, entrando para o seu lugar Matic. Carlos Martins esteve sempre ausente do jogo, muito por acção do meio campo do Nacional, que povoou e controlou sempre a bola no miolo do terreno.
 
 
A segunda parte iniciou-se numa toada idêntica à da etapa inicial, com o Nacional a sair bem para o contra-ataque e criando perigo junto da nossa baliza.
A diferença foi que, à passagem do minuto 50, Maxi Pereira entrou na área, sobre a direita, desmarcado por Salvio, driblou um defesa e cruzou por alto para a pequena área, onde apareceu Cardozo a cabecear para o fundo da baliza.
E aos 56 minutos, Salvio, num momento de grande exuberância técnica, ficou com a bola junto ao quarto de círculo do lado esquerdo da defesa do Nacional e, desde aí, iniciou um autêntico bailado entre os defesas do Nacional, ganhou a linha de fundo e cruzou, por alto, para o interior da pequena área onde, à vontade, apareceu Rodrigo a dizer que sim à bola e a fazer o 2-0.
A partir daqui o Nacional quebrou um pouco, e o Benfica assentou o seu jogo, passando a desenvolver jogadas contínuas de perigo junto à area dos madeirenses, que não mais conseguiram estar ao nível da primeira parte.
Para isso muito contribuíu a acção de Matic, claramente mais capaz de equilibrar a equipa na rectaguarda do que o que tinha acontecido com Witsel.
Por volta do minuto 65, na sequência de uma boa jogada de ataque, Cardozo recebeu a bola perto da meia lua da grande área do Nacional e desmarcou Enzo Pérez, sobre a esquerda, com o argentino a aplicar um potente remate que levou a bola a rasar a barra da baliza do Nacional. Esteve perto o terceiro golo do Benfica...
Enzo Pérez saíu pouco depois, dando o seu lugar a Nolito, e cinco minutos depois foi Rodrigo a sair, para entrar Aimar. Enzo Pérez rendeu pouco durante a partida, embora tenha cumprido a sua missão, em termos posicionais. Nolito mexeu mais com a equipa, mas também está longe do fulgor que já exibiu...
Rodrigo, pelo seu lado, esteve bastante bem, quer a atacar, quer a defender, e, nesta altura, está de pedra e cal na equipa. Aimar exibiu a classe que se lhe reconhece, embora lhe falte claramente andamento para mais, fruto de ter estado parado e não ter tempo de jogo...
Apesar disso, na primeira vez que tocou na bola, Aimar desmarcou Nolito na esquerda do ataque, já dentro da área do Nacional, e criou muito perigo.
Até ao final do encontro, o Nacional foi tentando fazer pela vida, mas o jogo estava totalmente controlado pela nossa equipa.
Ao minuto 85, Nolito cabeceou com muito perigo, mas um defesa adversário ofereceu o corpo à bola e cortou para canto.
Aos 89 minutos, Cardozo bisou na partida, num remate rasteiro e muito bem colocado, desferido de fora da área, em zona frontal, depois do Tacuara ter recebido um  passe de Aimar e ter ajeitado o esférico para o seu pé esquerdo.
 
 
 
Foi uma vitória justa, e inequívoca, frente a um adversário que lutou sempre, e bem, mas que poderia ter sido construída mais cedo, na 1ª parte, se o escalonamento da equipa tivesse sido outro...
Individualmente, é justo destacar a grande eficácia técnico-táctica de Salvio, o bom jogo de Melgarejo, Matic, Rodrigo e Cardozo, e a raça de Maxi Pereira, bem como a abnegação dos centrais Luisão e Garay, tantas vezes sózinhos contra o mundo...
Vai ser sempre assim, Jorge Jesus?...

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