quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Parca vitória, pobre futebol...



Vitória tangencial (1-0) e muito sofrida, em Vila do Conde, ao início da noite do passado domingo...
 
Um resultado que nos deu três pontos, é verdade, mas que voltou a confirmar as deficiências do nosso actual futebol. E esse facto deixa-me bastante apreensivo para o futuro mais imediato, onde nos espera uma série de jogos de alguma dificuldade e de grande importância para a definição da nossa época desportiva. A começar com a eliminatória da Taça de Portugal, já na próxima 6ª feira, e compreendendo, também, as duas últimas jornadas da Champions e os compromissos imediatos do campeonato, que podem ser complicados... se não jogarmos um futebol diferente. Para melhor, obviamente!
 
No jogo do passado domingo, voltámos a jogar um futebol lento, muito pouco flanqueado, com perdas de bola exasperantes e absolutamente inadmissíveis, tanto na saída para o ataque, como no último terço do terreno, junto da área adversária.
Sálvio, Ola John, Enzo Perez, e até mesmo Lima, perderam, em conjunto, incontáveis lances na transição para o ataque, por insistirem em jogadas individuais e complicarem o que teria de ser feito de forma fácil e colectiva. Sálvio, então, fez-me desesperar continuamente, tantas e tão evitáveis foram as situações em que não fez o que devia. E foi assim durante toda a partida, começando logo nos primeiros minutos de jogo. Um autêntico desespero!!!
É verdade que a equipa parecia querer tomar conta do jogo, mas jogava sempre de forma pouco consistente, sem grande objectividade e com baixa intensidade competitiva.
O primeiro remate com algum perigo só apareceu depois de cumprido o primeiro quarto de hora, por intermédio de Lima, que fez a bola passar perto do poste de Oblak. Perto dos 25 minutos, Cardozo rematou cruzado, à entrada da área, e a bola foi embater no poste direito da baliza dos vilacondenses. Por essa altura, a qualidade de jogo era, então, um pouco melhor. Matic, ainda antes da meia hora, teve uma boa oportunidade, cabeceando na zona central da grande área, de cima para baixo, mas permitiu a defesa de Oblak. Um pouco antes do minuto 40 da 1ª parte, Cardozo recebeu bem um centro de Matic e, à meia volta, rematou forte, de pé esquerdo, para Oblak voltar a negar o golo. E uns minutos depois, Ola John, sobre a esquerda do nosso ataque, rematou forte e cruzado, para mais uma boa defesa de Oblak. Entretanto, já no período de compensação da 1ª parte, Sálvio faz um lançamento lateral longo, Jardel cabeceou para trás e, na pequena área, apareceu Lima a rematar, decidido, para o fundo das redes do Rio Ave.
O intervalo chegou pouco depois, com o resultado a favorecer-nos.
A 2ª parte trouxe um Rio Ave mais atrevido e, também, um Benfica ainda menos esclarecido e eficaz. Foi do Rio Ave a primeira ocasião de perigo, com Garay a falhar a intervenção, na pequena área, e João Tomás a fazer o mesmo, em frente a Artur. Foi preciso esperar para lá dos primeiros 10 minutos da etapa complementar para ver um remate do Benfica, com Cardozo a chutar fraco e para as mãos de Oblak. Á passagem do minuto 60, uma boa jogada do nosso ataque, resultou num remate perigoso de Cardozo, que levou a bola a passar a rasar o poste da baliza vilacondense. E quase que por aí se ficou o nosso futebol, com muitas jogadas confusas e inconsequentes, e mais um ou outro remate à baliza adversária, sem qualquer perigo.
Valeu, globalmente, a nossa organização defensiva, que nos foi pondo a salvo das investidas adversárias, mau grado uma ou outra falha, em especial junto às linhas laterais, que nos causaram algum sobressalto.
 
 
Individualmente, destaque para a exibição de Cardozo e Lima, sempre muito lutadores, e de Ola John, na frente de ataque.
Matic esteve pendular e foi resolvendo alguns problemas defensivos e, a espaços, ajudando no ataque. Enzo Perez esteve bastante abaixo do nível que já mostrou, o mesmo acontecendo com Bruno César, que o substituíu à meia hora da primeira parte, por lesão do argentino. Também Gaitán, que rendeu Sálvio pouco depois do minuto 60, fez um jogo muito pobre, à semelhança do substituído Sálvio.
Na defesa, Jardel esteve bem, tal como Garay que, contudo, falhou algumas vezes, uma das quais poderia ter dado a João Tomás o golo do Rio Ave. Na esquerda, Melgarejo esteve regular, mas perdeu alguns lances, em especial na 2ª parte. À direita jogou André Almeida e, depois dos 83 minutos, Miguel Vitor, tendo aquele ocupado um lugar no meio campo, quando Lima foi substituído. André Almeida esteve relativamente certo a defender, mas foi muito pouco incisivo na manobra ofensiva. Miguel Vitor, por seu turno, não teve exibição que mereça elogios, tendo até algumas falhas que poderiam ter tido consequências diferentes. O seu lugar não é na lateral direita, decididamente. Alguém poderá explicar isso a Jorge Jesus?...
Por fim, Artur. Artur esteve impecável... embora não me agrade nada vê-lo andar longe da sua área de acção.
 
Os momentos finais da partida trouxeram alguns sobressaltos defensivos. Em suma, como em tantos outros jogos, pusémo-nos a jeito e... acabámos com o credo na boca!
Decididamente, o Benfica tem que jogar muito mais do que o que tem feito, e resolver os jogos em tempo útil, para se precaver de surpresas desagradáveis. É que, como costuma dizer a vox populi brasileira, "um dia a casa cai"...

Sem comentários:

Enviar um comentário