quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Vitória segura, mas...


... mas com um sobressalto desnecessário!
E com mais uma meia hora inicial que se dispensava de bom grado!
 
De facto, e apesar da equipa ter começado o jogo com o Marítimo, no passado sábado, a jogar de forma segura, fê-lo a um ritmo baixo e de forma previsível, permitindo ao adversário ir fazendo valer a sua organização defensiva.
Além de um futebol lento e previsível, a denunciar a crença de, mais cedo ou mais tarde, o golo ter de aparecer, o Benfica tinha algumas unidades a render abaixo do expectável. Tal como no jogo de Alvalade, também a nossa ala direita não estava ao nível que devia, com Maxi Pereira a desguarnecer o sector defensivo, e Salvio a deixar a desejar, não pressionando o adversário que lhe surgia pela frente e descrendo das iniciativas ofensivas.
Foi, aliás, da marcação de um livre a punir uma falta assinalada a Salvio (sobre Sami), sobre a nossa ala direita, que Rodrigo António, ao minuto 25, de costas para a baliza, em posição de fora de jogo, aproveitou um meio-alívio da nossa defesa, rodou sobre si e rematou, de surpresa, batendo Artur, que nada pôde fazer.
O golo apareceu no primeiro remate do Marítimo, totalmente contrário à corrente de jogo! É que, mesmo sem jogar rápido, e sem uma qualidade extraordinária, o Benfica já tinha criado uma mão cheia de oportunidades, de entre as quais remates perigosos de Lima e Cardozo, parados pelo guardião madeirense... ou passados muito perto dos limites da sua baliza. E em outras ocasiões, foram os nossos jogadores e chegar atrasados às solicitações dos colegas de equipa, ou a optar por finalizações menos consequentes.
Depois do golo do adevrsário, a equipa começou a ser mais rápida nas suas acções ofensivas e, em consequência disso, surgiram ocasiões de golo em catadupa. Logo três minutos depois do golo sofrido, Lima podia ter feito melhor, na sequência de um canto. E, no minuto seguinte, Maxi Pereira rematou cruzado, correspondendo a um passe atrasado de Matic, que subira até à linha final, sobre a direita, tendo o remate do uruguaio sido desviado pela linha final por um defesa adversário. Na jogada seguinte, Cardozo foi isolado por André Gomes e, tendo hesitado no momento do remate, acabou por rematar frouxo e permitir a defesa, de recurso, do guardião adversário. E, na sequência dessa jogada, Ola John insistiu, sobre a direita e, quase sobre a pequena área, rematou forte, levando a bola à malha lateral da baliza.
Finalmente, no minuto seguinte, fruto da grande pressão atacante do Benfica, apareceu o golo do empate. Ola John cruzou, da esquerda, para o segundo poste, onde apareceu Salvio, de cabeça, a assistir Cardozo, no poste contrário, para este meter a cabeça à bola e fazer a bola balançar a rede adversária.
Daí até ao intervalo, o jogo continuou a ser jogado insistentemente no meio campo do Marítimo, com as situações de golo a continuarem a surgir. Destaque para um remate de Melgarejo, em trivela, já dentro da pequena área, com a bola a passar caprichosamente a escassos centímetros do poste esquerdo da baliza de Ricardo. Destaque, também, para um perigoso remate de Salvio, sobre a direita do nosso ataque, desviado já sobre a linha de golo, com o guardião batido, por um defesa insular.
E assim chegou o intervalo, com um empate no marcador, altamente lisonjeiro para o Marítimo, e demasiado penalizador para a falta de velocidade do Benfica do primeiro quarto de jogo...
 
 
A 2ª parte começou com a equipa a mostrar a mesma determinação com que acabara a etapa inicial.
Com Enzo Pérez na equipa, por troca com André Gomes, a construção ofensiva era ainda mais criativa, com as consequentes dificuldades para o adversário.
Logo nos primeiros minutos, Maxi Pereira, Lima, Salvio e Ola John criaram oportunidades para marcar, mas a bola teimava em não entrar. Até que, ao minuto 65, na marcação de um canto, Roberge joga a bola com a mão, dentro da grande área. Penalty, 2º amarelo para Roberge e o consequente vermelho. Na marcação do penalty, Cardozo deitou o guarda-redes para um lado e fez a bola entrar no lado contrário. Voltava a fazer-se justiça no marcador, embora a diferença mínima não espelhasse, nem de perto nem de longe, a diferença de qualidade e produção entre as duas equipas.
Mas, logo depois, na sequência de uma rápida incursão pela direita do nosso ataque, depois de fazer um primeiro remate, Lima oferece a Cardozo a hipótese de voltar a marcar e o paraguaio não falha. Era o 3-1, que vinha tranquilizar equipa e, especialmente, os adeptos.
Era, também, um hat-trick de Cardozo que, assim, chegava à marca dos 100 golos na Liga...
Cardozo que poderia ter marcado logo dois minutos depois do 3-1, depois de uma bela assistência de Lima. Cardozo parou com o peito, baixou para o seu pé esquerdo e, sem deixar cair a bola, aplicou um potente pontapé, fazendo o esférico passar por cima do travessão da baliza insular. Foi pena, porque teria sido um extraordinário golo!!!
Pouco depois do minuto 75, quase aconteceu o 4-1. Matic cruzou da direita e, na pequena área, Maxi Pereira e Lima não conseguiram empurrar a bola para as redes do Marítimo.
Cerca do minuto 80, Maxi acorreu a uma jogada no interior da área maritimista e caiu, tocado pelo guardião Ricardo. O árbitro nada assinalou...
Jorge Jesus fez entrar Gaitán para o lugar de Ola John, a pouco menos de dez minutos do final, e uns minutos depois foi a vez de Rodrigo render Cardozo.
Na primeira vez que tocou na bola, Rodrigo marcou. Passe de Matic a isolar Melgarejo, sobre a esquerda do nosso ataque, este a centrar com conta, peso e medida, para o centro da área, onde apareceu Rodrigo, isolado, a encostar o pé e a fazer o 4-1 final.
 
 
Foi um resultado justo, e que até pecou por escasso, tantas e tais foram as ocasiões criadas. Entristece-me ver que se falha tanto...
O homem do jogo foi, para mim, o Cardozo, que voltou a marcar três golos.
Contudo, o jogador que mais se destacou, pelo que jogou e fez jogar, foi o Matic. Que grande jogo, apenas manchado, de alguma forma, pela infelicidade de ter deixado escapar a bola no lance que deu o golo do Marítimo...
Na manobra ofensiva, Ola John esteve mais dicreto neste jogo, e Salvio foi o habitual: irregular, alternando o bom com o lamentável. Lima fez um jogo muito esforçado e, embora não estando feliz na concretização, assistiu bem os pares do ataque. André Gomes esteve mais discreto do que em Alvalade, parecendo acusar um pouco o facto de jogar na Catedral. Enzo Pérez, sem ter estado muito bem, foi mais decisivo que André Gomes. Gaitán e Rodrigo não jogaram tempo suficiente para se formar uma opinião. Entraram com o jogo já resolvido, embora Rodrigo ainda tenha feito o gosto ao pé.
Na defesa, actuação eficaz dos centrais - Garay e Jardel - e de Artur. Maxi Pereira esteve globalmente bem, mas desguarneceu um pouco o flanco, em especial na parte inicial da partida. Melgarejo esteve regular, tanto a defender como a atacar.
 
Agora, vem aí o Olhanense e o Moreirense, para a Taça da Liga, na qualidade de visitante, e, logo no segundo dia do novo ano, o Desportivo das Aves, para a Taça de Portugal, na Luz.
Embora possam não parecer, são jogos de grande dificuldade. E basta olhar para o passado recente, para se perceber que serão desafios muito complicados...
Nos últimos tempos, temos ouvido falar muito do período de férias dos jogadores e equipa técnica. Acho bem que tenham um período de repouso, que lhes permita disfrutar da companhia de familiares e amigos, nesta quadra festiva.
Mas, atenção: as férias são para ser gozadas apenas depois do jogo de Olhão, e até ao de Moreira de Cónegos...
 

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