quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Do bom ao mau... e vice-versa!


 
Depois do miserável jogo em Moreira de Cónegos, voltámos a jogar na Luz.
Um jogo com uma equipa que podia complicar a tarefa do Benfica, já que o Desportivo das Aves está a fazer uma boa campanha na 2ª Liga...
Mas, afinal, acabou por ser bem mais fácil do que o previsto...
Uma vitória por 6-0, numa exibição que teve momentos de muito bom nível... e outros de inacreditável desacerto!
Apesar de tudo, a história do jogo foi a dos golos. A vitória começou a desenhar-se aos 5 minutos, com um golo de Rodrigo, a passe de Gaitán.
Depois veio um hat-trick de Cardozo, com golos aos 18, 22 e 32 minutos. O primeiro, na sequência de uma intercepção de um passe de um defesa do Aves para o seu guarda-redes. E os outros dois, a passes de Rodrigo, que esteve bem na frente de ataque.
Na 2ª parte, e apesar do ritmo ter amainado um pouco, o Benfica marcou por mais duas vezes.
Aos 57 minutos, Rodrigo recebeu um passe de Maxi Pereira e, depois de ter tirado o defesa adversário do caminho, com um belo trabalho individual, rematou de pé esquerdo para o fundo das redes do Aves. E aos 73 minutos, depois de ter sido derrubado na área adversária e de ter sido assinalada grande penalidade, Lima converteu o castigo máximo, fixando o resultado final em 6-0.
Pelo meio, porém, ficaram mais uma mão cheia de ocasiões desperdiçadas (Sim! Poderia ter sido um resultado histórico!...), bem como uns quantos erros e opções muito discutíveis, incompreensíveis numa equipa como o Benfica...
Não se podem admitir tantos passes extraviados e tanto atabalhoamento como o que aconteceu no meio-campo ofensivo e na zona de finalização. Jogadores como Nolito, Bruno César, e mesmo Rodrigo e Gaitán, têm de ser mais eficazes e discernir bem na conclusão das jogadas, em vez de insistir no lance individual, quando deviam optar pelo colectivo, e vice-versa...
E, no meio-campo defensivo, e na zona do miolo, os nossos jogadores tem de deixar de ser complicativos e de insistir nos lances individuais de condução da bola, em dribles e por entre os adversários, na sequência dos quais inúmeras vezes perdem a bola e permitem o contra-golpe adversário.
É incrível como o Desportivo das Aves, apesar de ter sido dominado ao longo do jogo, ainda conseguiu criar duas ou três ocasiões em que podia ter concretizado facilmente...
 
 
Num jogo onde alinharam, de início, Artur, Maxi Pereira, Jardel, Garay e Luisinho, André Gomes, Bruno César, Gaitán e Nolito, Cardozo e Rodrigo, também jogaram Matic (substituíu Jardel, ao intervalo, por lesão deste), Lima (desde os 60 minutos, no lugar de Cardozo) e Sálvio (desde os 75 minutos, no lugar de Rodrigo).
Pelos golos que marcou, Cardozo tem que merecer referência. Mas Rodrigo, que também marcou por duas vezes e assistiu Cardozo em outros dois golos, terá sido o homem do jogo. Mau grado o que (também) falhou...
 
 


 
No passado domingo, o Benfica voltou a jogar para a Liga.
Na Amoreira, com o Estoril, o jogo afigurava-se bem mais difícil. O Estoril está bem no campeonato, vinha fazendo boas exibições e conseguindo bons resultados, e estava motivado pelos últimos resultados, de entre os quais um empate (2-2) com o aquele clubezeco regional da palermo portuguesa, cedido já mesmo em período de compensação...
 
Apesar de algum equilíbrio na fase inicial da partida, a vitória final (3-1) justifica-se inteiramente, e não sofre qualquer contestação.
A partir dos 20 minutos de jogo, o Benfica assumiu, com naturalidade, o controle do jogo. No entanto, a pouca velocidade do nosso meio campo e a exibição mais complicativa de alguns dos nossos jogadores, aliada à boa organização defensiva do Estoril, foram protelando o inaugurar do marcador. A primeira grande ocasião de golo surgiu por essa altura, com Cardozo a falhar a emenda, à boca da baliza, na sequência de um cruzamento da esquerda, de Rodrigo.
O Estoril ia ripostando, e a nossa defesa, em especial Jardel, também comprometia em algumas ocasiões. Passes de risco, desnecessários, maus passes para os nossos jogadores do meio-campo, e alguma passividade na abordagem dos lances, iam provocando alguns sobressaltos. Como aos 32 minutos, quando Luís Leal ganhou o lance a Jardel (muito lento e preso de movimentos...) e rematou, sobre a esquerda, já perto da pequena área, para uma defesa, a dois tempos, de Artur.
O jogo, no entanto, continuava a ser dominado por nós. Melgarejo por muito pouco não marcou, aos 36 minutos, com Wagner a desviar com a ponta dos dedos, levando a bola a sair pela linha final. E, na sequência desse lance, Cardozo apontou o canto (?!?!), do lado direito do nosso ataque, e Gaitán acorreu à bola, perto do bico da pequena área, para, de calcanhar, com o pé esquerdo, fazer a bola descrever um arco e entrar na baliza estorilista pelo seu canto superior direito. Um golo do outro mundo, a premiar quem mais tinha feito por marcar, mesmo que nem sempre o tivesse feito como devia.
E antes do final da primeira parte, poderia ter surgido o segundo golo, quando Rodrigo rematou cruzado, da direita do nosso ataque, fazendo a bola passar por debaixo do guardião Wagner, sendo esta rechaçada já sobre a linha de golo por um defesa canarinho.
Na 2ª parte, o jogo manteve o mesmo sentido e, à medida que o tempo ia passando, acentuava-se o nosso domínio. Até que aos 60 minutos, Gaitán, com um passe magistral, efectuado da esquerda do nosso ataque, coloca a bola no peito de Lima (que entrara ao intervalo, para o lugar de Rodrigo) e este, amortecendo para o seu pé direito, sem deixar a bola cair no chão, fuzilou autenticamente o guardião estorilista, fazendo o 2-0.
Já antes Sálvio tinha recebido a bola à entrada da área, na sequência de um canto, e rematado para uma espectacular defesa de Wagner.
E o mesmo Sálvio, à passagem do minuto 66, num remate acrobático, no interior da área, quase em posição frontal, atirou a bola com estrondo ao poste da baliza do Estoril, ressaltando esta para lá da linha de golo e voltando a sair. Estava feito o 3-0, num lance que foi muito rápido, mas não deixou qualquer margem de dúvida quanto ao facto da bola ter estado, completa e inequivocamente, dentro da baliza adversária. Aliás, nem sequer houve protestos...
Daí até final, o Benfica controlou sempre o jogo.
Ou melhor, quase até ao final.
É que, no último minuto de jogo, na sequência de uma livre marcado na direita do nosso meio campo defensivo, a bola foi cruzada por alto para a zona de jurisdição de Artur e este, parecendo ter o lance controlado, fez-se à bola. Mas deixou-a ressaltar para a frente, para a cabeça de uma adversário que, meio surpreendido, a cabeceou para a nossa baliza. Um frango daqueles à moda antiga! À Quim, pode dizer-se assim...
E o pior é que, no recomeço da partida, já em período de compensação, num cruzamento desde a esquerda da nossa defesa, a bola cruzou toda a largura do campo, atravessando a nossa pequena área, pela frente de Artur, sem que este a recolhesse. Incrível!!! Valeu que o avançado adversário também chegou atrasado à bola...
 
 
A equipa inicial foi a seguinte: Artur; André Almeida, Jardel, Garay e Melgarejo; Matic, Sálvio, Enzo Pérez e Gaitán; Cardozo e Rodrigo. Ao intervalo, saíu Rodrigo e entrou Lima. No decurso da 2ª parte, Ola John redndeu Gaitán (70 min.) e Aimar substituíu Cardozo (75 min.).
Tem que se destacar, pela positiva, Gaitán, não só pelo golo que marcou, mas também pela assistência a Lima para o 2-0, e pelo que jogou e fez a equipa jogar. Garay também esteve, globalmente, bem, tal como Melgarejo. Lima marcou um grande golo, e foi sempre muito interventivo. Sálvio esteve a um bom nível, mas foi muito inconstante. Enzo Pérez começou menos bem, mas acabou a um nível muito satisfatório. Matic e André Almeida não estiveram ao nível do que já fizeram, mas não comprometeram. Cardozo esteve menos bem, tal como Rodrigo. Jardel esteve claramente aquém do que a equipa precisava, comprometendo em alguns lances. Ola John ficou muito aquém do que pode e sabe. Atacou sem chama e defendeu mal e sem consistência.
Aimar, que regressou à competição, entrou com o jogo muito facilitado, já resolvido, e ficou aquém daquilo que se esperava. É verdade que vem de uma paragem prolongada. Mas, talvez por isso mesmo, devia ter sido mais codicioso...
Por fim, Artur. Apesar das boas exibições que já fez, não me está a inspirar confiança nenhuma. Tem cometido falhas mais vezes do que o que devia, algumas das quais inexplicáveis. De entre essas, contam-se algumas situações em que não sai à bola, outras em que deixa a bola passar incólume na sua zona de jurisdição, outras ainda em que se faz tarde aos lances, enfim...
Estamos em vésperas de um clássico e não me esqueço que, no ano passado, a culpa do golo que fez a diferença no resultado final foi sua. Por não ter apanhado uma bola aérea, na pequena área...
Artur está, talvez, instalado na sua área de conforto (como agora se costuma dizer...). É preciso que alguém lhe abane o trono!
É que, no Benfica, Rei é apenas o Eusébio. E à posteriori, claro...

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